terça-feira, 26 de julho de 2011
Ceará e sua musicalidade
domingo, 17 de julho de 2011
"O Mensageiro Trapalhão" e a comédia de Jerry Lewis
Imagine você assistir a um filme onde a primeiríssima cena que aparece – antes mesmo dos créditos de abertura – é de um homem em um escritório que se diz ser “o produtor-executivo responsável por todas as produções feitas na Paramount”. Ele diz que, antes de mostrar o filme, é preciso explicar uma coisa: “O filme que você está prestes a assistir não é comum como os que têm sido apresentados ao público de cinema atualmente. [...] É só um pouco diferente, pois não tem nenhuma história e nenhum enredo. [...] Na verdade, é uma série de sequências tolas ou, pode-se dizer, um diário visual de algumas semanas na vida de um verdadeiro louco.” Em seguida, o tal produtor-executivo cai numa gargalhada tão insana quanto o resto do filme.
Esse é o começo de O Mensageiro Trapalhão (The Bellboy), um filme estadunidense de 1960 escrito, produzido, dirigido e estrelado por um dos maiores nomes do cinema de comédia, Jerry Lewis. Só o fato de ele exercer todas as principais funções de um filme sem noção como esse, já diz muito sobre seu estilo. Analisando outras películas escritas e dirigidas por Lewis, como O Terror das Mulheres (The Ladies Man) e O Mocinho Encrenqueiro (The Errand Boy), podemos perceber sua inclinação para um tipo de filme que dispensa enredo, sendo constituído principalmente de situações que não estabelecem relações necessárias para com a trama ou entre si.
Não precisa ser um expert para perceber que esse tipo de comédia certamente é uma herança do cinema mudo, baseando-se principalmente no caráter físico do humor, com caretas e trapalhadas, onde as situações mais engraçadas pouco ou nada contribuem para o desenvolvimento da história. Talvez isso possa soar como uma crítica negativa a respeito desse modo de fazer humor, mas não me entenda mal, pois são poucos os que sabem fazer disso uma verdadeira obra-prima, e Jerry Lewis é um desses. Alguns dos melhores exemplos disso nos seus filmes são a cena em que tenta chamar o elevador em O Mensageiro Trapalhão – na verdade, este filme inteiro pode servir de exemplo –, a cena em que finge ser um delinquente em Delinquente Delicado (The Delicate Delinquent) e a cena em que chega à casa do seu professor de canto em O Otário (The Patsy).
Além desses momentos onde a capacidade de improvisação conta mais do que qualquer outra coisa, há outros momentos que fazem você notar o quão variado é o talento de determinado artista, somando outros tipos de entretenimento à comédia. Não é difícil assistir a um filme de Jerry Lewis onde ele cante – como em O Rei do Laço (Pardners) – ou dance – como em Cinderelo sem Sapato (Cinderfella). Outros exemplos de cenas em que é preciso muito ensaio e pouco improviso são a cena que ele se apresenta com uma banda em Bancando a Ama-Seca (Rock-a-Baby), a cena da performance de pantomima em O Mocinho Encrenqueiro e a famosa cena pantomímica com a música The Typewriter – tendo apresentado em diversas outras ocasiões, havendo até uma paródia no desenho animado Animaniacs – em Errado pra Cachorro (Who's Minding the Store?).
Agora falando mais especificamente sobre o filme a que esse post diz respeito, é interessante observar que Jerry Lewis soube aproveitar muito bem a sua grande porcentagem de controle sobre a produção, convidando vários atores de seu gosto para participações especiais no filme. Um deles é Jack Kruschen, que faz o papel daquele produtor-executivo sobre o qual falei no começo, que aparece na cena introdutória do filme, tendo recebido uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante naquele mesmo ano pelo filme Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment).
Porém, infelizmente, a principal dessas participações especiais não aconteceu. Jerry Lewis convidou o seu ídolo, Stan Laurel, o Magro de O Gordo e o Magro (Laurel and Hardy), para participar de O Mensageiro Trapalhão, interpretando o personagem que lhe consagrou. Entretanto, Laurel preferiu recusar amigavelmente o convite devido à sua idade avançada, mas se ofereceu para dar conselhos e sugestões durante a produção do filme, uma vez que era a estréia de Jerry Lewis na direção de um longa-metragem. Dessa forma, Lewis contratou seu amigo e parceiro de várias outras produções, Bill Richmond, para interpretar o Magro, mas fez questão de agradecer a todas as sugestões de Laurel, mesmo que algumas vezes não as acatasse, como foi o caso do título sugerido por ele.
Não podemos deixar de supor que o próprio personagem título do filme, interpretado por Jerry Lewis, é uma grande homenagem a Stan Laurel, pois o mensageiro trapalhão possui várias características semelhantes as do Magro, como o assobio, e até seu nome é o mesmo de Laurel: Stanley. Lewis admirava tanto o trabalho e a pessoa de Laurel que, já após sua morte, disse em uma entrevista: "Ele era alguém que eu acho que eles deveriam ter 'arranjado' para ter vivido para sempre. Eles deveriam ter dado um jeito de alguma maneira."
Bem, neste post eu acabei fazendo mais de uma recomendação de filme, pois na verdade a intenção é recomendar todo o trabalho de um artista. A escolha de O Mensageiro Trapalhão para o título é meramente ilustrativo, refletindo apenas a minha opinião do que exemplifica mais o seu estilo de fazer comédia. Enfim, para quem gosta de um humor simples, inocente e pateta, mas de ótima qualidade, desejo um bom filme!
domingo, 10 de julho de 2011
Queridinho Preto & Branco
Top 13: dicas para tirar melhores fotos casuais com sua câmera digital ou celular
*Dica da última postagem sobre fotografia que eu fiquei devendo para vocês :D
5 Dicas para fotografar em Preto & Branco
- Programas utilizados para transformar em P&B
Lightroom
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Thay Freitas