domingo, 29 de maio de 2011

"O samba me persegue e eu não vou negar"


Ouço muita coisa. Muita coisa mesmo (apesar de ainda achar que falta conhecer muito mais). E admito: vivo à beira da loucura por conta disso. Música tornou-se para mim, por incrível que pareça, um vício muito maior e quase mais indomável do que é o vício de escrever. Só que não farei deste post uma “sessão de análise”, não se preocupem.
Acontece que, vez ou outra, fico a pensar nessa minha relação com a música. E percebi que volta e meia, por mais longe que eu vá, por mais coisas que eu ouça, por mais novos cantores ou bandas de “n” lugares que eu espere finalizar os downloads, sempre chego ao mesmo ponto: o samba.
 Não vou falar dos pormenores do meu envolvimento com o estilo porque senão vou me prolongar demais. Porém, o samba está na minha vida desde quando me entendo por gente. Minha família é de sambistas: sambistas que cantam na noite ou que tocam na noite ou que dançam ou que apreciam o estilo ou tudo isso junto nas reuniões e aniversários na casa de minha avó. O samba vive em mim. Fato. E ultimamente tem sido muito mais pulsante.
De diferentes formas, chegaram aos meus ouvidos três cantoras, as quais de alguma forma estão sambeando em seus cd’s. São diferentes, mas ao ouvi-los identifiquei o lamento do samba. Então, seguem abaixo breves comentários sobre cada um deles:


# Adriana Calcanhotto: Micróbio do Samba (2011)

Adriana Calcanhotto todos conhecem. Adriana Partimpim alguns já devem ter ouvido, pelo menos, “avião sem asa, fogueira sem brasa, sou eu assim sem você”. Adriana Calcanhotto cantando samba creio que nem todos ouviram. Ela lançou recentemente o cd “Micróbio do Samba” (2011). Ela e mais dois músicos, Domenico Lancellotti (percussão e bateria) e Alberto Continentino (contrabaixo), além da participação do lindo do Davi Moraes e do eterno los hermanos Rodrigo Amarante, fizeram uma forma de samba que me chamou bastante atenção. Adriana não se adequou àquilo que o samba é. Pelo contrário, ela pegou o samba e o adequou ao seu jeito de cantar e compor. Sucintamente: ela faz samba à sua maneira. Numa entrevista Adriana disse: “Nunca tive a idéia de fazer um disco de samba. Na verdade, eu não fiz um disco de samba. Durante uma fase em que fui fazer canções, tudo o que saía era samba (...), costumo dizer que o disco brotou”.
Talvez por essa não-vontade de ser um disco de samba que ele tenha ser tornado justamente isso. Sem aquele clichê de Adriana Calcanhotto cantando samba, mas sim O samba que Adriana canta. Tenho ouvido o Micróbio constantemente e a cada audição me encanto mais ainda: é uma cuíca que surge no meio de uma canção, um tamborim que faz toda a diferença em outra, ou ainda, a guitarra que o Amarante toca em “Já reparou” ou o cavaquinho tocado pelo Davi Moraes em “Tão chic”. Vale a pena ouvir cada música e ficar reparando no jeito Adriana de sambear.


# Ligiana: De amor e mar (2009)

Outra descoberta foi Ligiana, indicada numa conversa sobre música que tive com Matheus, poeta, seresteiro e cantor. Até então nunca tinha ouvido falar de Ligiana. Mas percebi que ela canta de um jeito que me remete àquelas antigas reuniões de sambistas, um samba elegante e galante, de um jeito manso. Fazer samba não é contar piada, quem faz samba assim não é de nada, o bom samba é uma forma de oração. “De amor e mar” (2009) tem composições da própria Ligiana, porém também traz Vinícius de Moraes, Baden Powell (pai e filho), Cartola, Tom Zé, Moraes Moreira e mais. Ou seja: só compositores renomados e de peso.
Fora a forma que Ligiana faz samba e a seleção de compositores dela para esse cd, impressionou-me também o tudo que ela já fez/faz na vida. Dêem uma olhada aqui e surpreendam-se também. Vocês podem baixar as músicas aqui.


# Mariana Aydar: Peixes Pássaros Pessoas (2009)

Última dica do post é Mariana Aydar indicada numa visita à casa da Thay. “Peixes Pássaros e Pessoas” não é um cd de samba. Não como a Adriana Calcanhotto se referiu ao Micróbio, mas de fato não é mesmo de samba. Então, por que cargas d’água ele está nesse post de s-a-m-b-a, Camila? Bebeste? (não, ainda não :) ).
Acontece que esse cd da Mariana é uma grande mistura de ritmos e, dentre eles, está o digníssimo samba. “Florindo”, por exemplo, a primeira faixa do cd, é samba, sambinha bom de dançar; “Aqui em casa” tem influência do samba, mas de um jeito mais atual, diferente da Ligiana, por exemplo; tem “Manhã azul” que possui uma letra linda, um triste lamento, remetendo aos antigos sambas. Entretanto, nesse mesmo cd deparamo-nos com “Tá?”, um xote muito bom pra dançar; “Peixes” e “Beleza”, ambas no estilo meio pop. Enfim, Mariana faz de “Peixes Pássaros e Pessoas” uma grande mistura e surpresas, boas surpresas. Vale a pena ouvir e encantar-se com a voz de Mariana que é gravemente linda. Se quiserem ouvir o cd, cliquem aqui. Se quiserem baixá-lo, cliquem aqui.



E, pra finalizar, por ora, uma das constatações mais verdadeiras saídas de um samba de Dorival Caymmi chamado “Samba da minha terra”:

“Quem não gosta de samba, bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba, no samba me criei
E do danado do samba eu nunca me separei”



P.S.: Aviso aos leitores deste blog --> surgirão outros posts sobre samba aqui. (:

Reclamações, sugestões e xingamentos, por favor, mais abaixo.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

"A Erva do Rato", um oásis no cinema nacional

A Erva do Rato é um filme brasileiro de 2008 baseado livremente em dois contos de Machado de Assis, A Causa Secreta e Um Esqueleto. O filme conta a história de um homem que conhece uma mulher no cemitério. Ela havia acabado de perder o pai e estava sozinha no mundo. Assim, o homem se propõe a cuidar dela, dando início a um tipo de relação ao mesmo tempo formal e invasiva. Embora seja importante uma melhor descrição do que ocorre no filme, não me proponho a fazê-lo aqui, pois o meu intuito é falar de outros aspectos que não a história em si.

Então, o que faz com que A Erva do Rato seja considerado por mim um oásis no cinema nacional? Simplesmente porque a principal forma de linguagem utilizada é a imagem, e não as palavras. O filme se apóia na base mais fundamental da arte cinematográfica, esquecida ao longo do tempo e raramente presente no cinema contemporâneo, com exceção do europeu. Os diálogos se limitam a acontecer somente quando muito necessários, e a história é contada através dos enquadramentos perfeitos, do excelente trabalho entre luz e sombra e de um silêncio que inquieta, incomoda e força uma reflexão.

Em meio a uma produção nacional que se limita aos mesmos temas, uma obra que não descansa ao dar prioridade à força simbólica de cada cena merece ser reconhecida. Este é o melhor uso da técnica, quando está a favor da construção de imagens que despertam sentimentos acerca do próprio filme ou até que extrapole este território. Afinal, já disse um dos cineastas mais devotos ao seu trabalho, Alfred Hitchcock, em uma de suas entrevistas: “Eu não estou interessado no conteúdo, não dou a mínima para sobre o que é o filme. Estou mais interessado em como lidar com o material para criar uma emoção em um público”; e em outra: “Estou certo de que um pintor não está interessado nas maçãs [que ele pinta] por si mesmas, mas na técnica do seu trabalho, que estimula a emoção do visualizador do seu quadro”.

Claro que não precisamos ser tão radicais quanto o Sr. Hitchcock. O importante nesse discurso é perceber que um bom cineasta é aquele que sabe contar boas histórias, mas um cineasta genial é aquele que sabe fazer com que qualquer história seja interessante de ser apreciada, mesmo quando ela por si só não pareça ser grande coisa. Porém, isso não quer dizer que não possamos refletir sobre o conteúdo do filme, até porque A Erva do Rato oferece uma boa oportunidade para diferentes interpretações. Sem querer estragar o filme para quem ainda não o assistiu e pretende fazê-lo, em certo ponto ele começa a embrenhar por caminhos bem estranhos, que lembram muito o surrealismo de David Lynch.

Portanto, é lógico que nos dias de hoje um filme como esse é visto com desdém pelo público em geral, porque requer uma sensibilidade do espectador, que geralmente está condicionado a gostar de filmes pela adrenalina ou pelo excesso de sentimentalismo que eles proporcionam. Para quem tiver paciência e curiosidade, desejo um bom filme!

sábado, 21 de maio de 2011

Natureza em Foco II

#Há flores em tudo que eu vejo (Titãs - Flores)

Olá pessoal!!



Hoje eu tive uma brilhante ideia, fazer macros de flores com a “12.0”. Gostei do resultado e resolvi postar algumas horas antes da postagem sobre cinema.

Certamente que a qualidade de fotos macro tiradas com uma compacta não tem muita qualidade em relação às máquinas semi ou profissionais que encontramos no mercado. Mas dá para tirar fotografias muito bonitas aos olhos dos amadores!! :D 



Boas fotos!! 
















#SeLigaNaDica

Parceria neste post:http://www.rafalopes.com.br/blog/

Thay Freitas 
@lapetit_th






domingo, 15 de maio de 2011

Natureza em Foco

Estou de volta com mais uma postagem sobre fotografia!!


A foto da postagem desta semana (ou talvez da primeira postagem desta semana, porque penso seriamente em fazer outras postagens :D ) é uma foto tirada há algum tempo em uma cidade do interior daqui do Pará, chamada de Curral Velho. Fica mais ou menos a 120km de Belém e é encantadora pela natureza exuberante. Enquanto à foto, ela foi tirada sem técnica alguma, sensitivamente, assim como a primeira já postada anteriormente. Mas, na semana anterior, fiz uma pesquisa em um blog de fotografia e identifiquei uma técnica muito útil e que talvez eu tenha praticado nesta foto. Vocês já ouviram falar na “Regra dos Terços”? Pois é, a dica de hoje será voltada para esta regra que nada mais é do que um recurso que está presente em vários modelos de máquinas compactas e serve como um tipo de marcação para você destacar o assunto (objeto,pessoa) que você desejar na foto. Mas você terá melhores esclarecimentos da dica no final da postagem e espero que auxilie nos clicks de vocês!

Mas voltando a análise da foto, como eu disse anteriormente, o lugar é mágico, a natureza esbanja sua beleza em toda parte. Então eu quis que a foto evidenciasse essa exuberância e fotografei o rio do lugar, enfatizando a canoa (que se encontra no lado direito da foto), com o objetivo de passar a tranqüilidade presente naquele momento. 8^)


 #SeLigaNaDica


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Thay Freitas 



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Semelhanças e diferenças entre Lima Barreto e João do Rio


Lima Barreto e João do Rio são dois grandes escritores do período que antecede o modernismo e que tem muitas semelhanças e antagonismos bem singulares. A primeira coincidência entre eles é o sobrenome. O verdadeiro nome do João é Paulo Barreto.
Os dois são mulatos, conseguiram seu reconhecimento graças a ajuda de outros mulatos e seguiram seu próprio caminho. Lima teve grande ajuda de Machado de Assis em seu começo; e do Rio contou com o auxílio de José do Patrocínio, cunhado de sua tia – que também era tia do pintor Di Cavalcante.
Lima se destacou mais nos romances, mas fazia crônicas também; João invertia esse quadro. Contudo, os dois tinham a mesma linha de falar das minorias. O primeiro tratou da questão racial, social, violeiros, doentes mentais etc.; o segundo tratou também de questões raciais e sociais, mas também da malandragem, da umbanda e do homossexualismo.
Aliás, esse é o primeiro ponto da diferença entre eles e o ponto que culminou na rixa que havia entre os dois. No primeiro livro do Lima – Recordações do Escrivão Isaías Caminha – o João do Rio é citado como sinônimo de homossexualismo. Do Rio realmente era, não assumia, mas também não negava. Enfim, João do Rio não gostou de ver sua intimidade revelada em um livro. Eles até trocaram algumas farpas via crônicas, na época.
A vida amorosa deles é bem oposta também. Enquanto o do Rio pegava geral, homens e algumas mulheres, de vez em quando, não há registro de mulheres na vida de Lima, sem contar prostitutas que naturalmente ele deve ter utilizado dos favores. A semelhança entre eles, nesse ponto, está no fato de que nenhum dos dois se casaram, cada um por seu motivo. Do Rio viveu sempre com sua mãe; e Lima, que perdeu sua mãe quando ainda era criança, viveu sempre com uma irmã.
Os dois têm livros na lista dos três livros que melhor falam do Rio de Janeiro: o já citado Isaías Caminha, do Lima Barreto; o A Alma Encantadora das Ruas, do João do Rio; e O Cortiço, do Aluísio de Azevedo.
Entre os livros que mais se destacam de cada um, Lima tem o Triste Fim de Policarpo Quaresma (trata do respeito de opinião), Clara dos Anjos (trata do preconceito social) e Cemitério dos Vivos (romance baseado no período em que ficou internado em um hospício). Já João do Rio tem como sua obra mais conhecida o A Alma Encantadora das Ruas (que trata das minorias nas ruas do Rio), mas também tem As Religiões do Rio (um estudo jornalístico-literário das religiões na cidade) e Dentro da Noite (contos que tratam da busca pelo prazer nas formas mais diferentes possíveis).
Os dois marcaram a história da literatura por falarem sobre algo que ninguém falava. Numa área bem elitista, ver uma ascensão social dessa forma era caso raro.
O mais curioso de tudo na relação desses dois é a relação de como eles eram vistos na época e como são vistos agora. Lima Barreto é notadamente reconhecido hoje, mas na época, seu reconhecimento foi póstumo, morrendo praticamente sozinho e desconhecido.
João do Rio, hoje em dia, é um desconhecido. Mas em sua época, ele era um dos escritores mais ativos, lembrados e queridos. Para se ter uma ideia, seu enterro foi acompanhado por mais ou menos 100 mil pessoas e os taxistas, nesse dia, trabalharam de graça, indo do velório para o enterro.
Hoje eles estão sendo relembrados por novas publicações de suas obras, principalmente pelo fato de que os dois conseguiram fazer o que todo grande escritor deve fazer: se destacar por escrever algo realmente inédito e de uma forma única.


CA Ribeiro Neto

domingo, 1 de maio de 2011

Que baque é esse?


Um novo ciclo do ApontArte começa. Cá estou novamente a falar de música. Nesse um mês, musicalmente falando, a vida não mudou tanto: minhas audições e buscas continuam a todo vapor. Entretanto, deparei-me com uma questão a qual me intrigou e fez-me torná-la tema deste post: O que tem em Pernambuco que faz sair tanta música boa de lá?

# Nega, que baque é esse?

Só pra vocês terem noção da presença de Pernambuco no que tenho ouvido, vou citar alguns dos meus últimos downloads: China (ex-vocalista do grupo Sheik Tosado, saiu em carreira solo e atualmente apresenta o programa Na Brasa na MTV), Mombojó (banda que possui três cd’s lançados em 10 anos de carreira), Otto (ex-percussionista da Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A, é cantor e compositor), Nação ZumbiCordel do Fogo Encantado (grupo musical e teatral que encerrou suas atividades em 2010), Naná Vasconcelos (percussionista, toca berimbau). Sem falar em Seu Chico (banda que faz releituras de Chico Buarque. Tudo música boa. Tudo som peculiar e característico.
Entretanto (e talvez), o primeiro pernambucano de quem me dei conta foi Lenine. Foi assistindo ao Acústico MTV que me deparei com tudo que Lenine (e de quebra Pernambuco) é capaz de produzir. Dificilmente encontrarei um músico que, no mesmo dvd, tenha como participação especial Cristina Braga tocando harpa (sim, queridos, Lenine a chamou pra tocar har-pa!), Richard Bona, baixista e cantor africano que fez uma versão de A medida da paixão em francês e camaronês (mais uma vez: ca-ma-ro-nês) e Igor Cavaleira, ex-baterista do Sepultura, pra tocar a segunda bateria em Dois olhos negros juntamente com Pantico Rocha (batera do Lenine). Como disse Lula Queiroga, outro pernambucano, compositor parceiro de Lenine: o acústico do Lenine não é comercial, é pra quem curte realmente música.
Depois disso, Lenine enquanto músico, cantor, compositor e produtor adentrou ainda mais em minha vida – meu blog não tem o nome que tem à toa. Busquei outras coisas: o dvd InCité, gravado na França com as únicas e exclusivas participações de dois músicos: percussionista argentino radicado na Bahia há muitos anos, Ramiro Musotto; e Yusimil Lopez (Yusa), baixista cubana; o cd “Olho de Peixe” feito todo em parceria com Marcos Suzano, percussionista carioca que toca pandeiro que é uma beleza! Isso sem contar a banda-base do Lenine: Jr Tolstói, guitarrista, que se reconstrói no Acústico com violões e craviolas; Guila, baixista, que toca muito e conseguiu fazer “O” acústico; e Pantico Rocha, baterista, que recentemente lançou o cd “O barulho do sol do meio-dia” (parceria com Marcus Dias, músico cearense).
Enfim, deu pra perceber que Lenine me fez ficar em estado de alerta para tudo que ele produz e para tudo que Pernambuco podia oferecer musicalmente a mim. Sem sombra de dúvidas, se hoje curto/ouço todos esses os quais mencionei e se hoje reparo com mais atenção em tudo que chega aos meus ouvidos, com certeza, Lenine influenciou-me diretamente. Ou como ele mesmo escreveu:

Dizem que faço uma música que agrega manifestações musicais brasileiras e de outros cantos do mundo. Sons que não se encaixam em um único gênero e desconhecem limites. Eu concordo. Pelo menos, é o que tento! (trecho retirado daqui)

[Tenta, Lenine? Ah, vá!]

#Mas que som é esse que vem de Pernambuco?

Consequentemente e inevitavelmente, o manguebeat seria o próximo som que me prenderia. Movimento musical que alcançou fama nacional nos anos de 1990, o manguebeat é, na minha humilde e insignificante opinião, a concretização de tudo o que Pernambuco é capaz de nos mostrar. Misturar os tambores (instrumento tão ancestral) do maracatu com o eletrônico (algo tão característico do final do século XX) é o retrato do que Pernambuco é: uma inesperada e surpreendente congregação musical.
Chico Science se foi. Mas a Nação Zumbi continua. E por influência dela tem-se hoje China, Mombojó, Otto – iguais e diferentes entre si e daquilo que foi a Nação Zumbi. O que a Nação cantou continua a pulsar, de alguma maneira, em outros músicos, de outros estados, de outros modos de falar.
Nunca fui ainda a Pernambuco. Não conheço as ladeiras de Olinda e nem consigo dimensionar como é o Galo da Madrugada, mas digo uma coisa: Pernambuco, ainda assim, divide espaço no meu coração com a minha terrinha carimbozeira.

Antes de encerrar, já que estou me prolongando por demais, se quiserem saber mais sobre a música pernambucana, visitem esse site aqui. Ele é do governo de Pernambuco (não, não estou sendo paga para fazer propaganda e nem sequer sei quem é o governador de lá...). Nele você pode achar um pouco mais de informações sobre esses músicos que mencionei, além de outros. Só tenho duas queixas a fazer: a primeira é o fato de nem todas as informações lá estarem de fato disponíveis – mas o site pode servir como ponto de partida. A segunda queixa, para mim, é bem mais séria: COMO É QUE UM SITE GOVERNAMENTAL ESQUECE DE COLOCAR NA LISTA DE ARTISTAS DO MEU QUERIDO LENINE?????
Fica a reclamação.

Reclamações, sugestões e xingamentos, por favor, mais abaixo.